terça-feira, 1 de março de 2011

Roxos

Giravam fosco tempos de asma
Vertiginando a mesa impregnava desertos
Criaturas enfeitam o hospício do pulo
Conduzem ênfases abstêmicas ao solo.

Voava lírio distorcido em maldição
Lamparinas pairavam inquietas
Adentra, peito de abismos abertos
Precipito, frígido sopro roco
Cruel temperatura em que prosa
Propagada flor de suco entre as pernas
Restam-me escambo submundo e adultério
Titubeio fraco, desacato a voz.

(...Tantos roxos,
tornara-me cor).

Hematoma a ferro e frio
Bordel dos sonhos ciranda trip hop
Aqui jaz, quedante mágica
Encanto traças a poeira sem apego
Desgraçada a exatas do cansaço enfim
Começa o pulso a dizer-me que horas são
Pós-lúdico o novo não importa

(...Avesso de teus versos
revejo-me).

Aflijo têmporas polares
Extremidades invocam eus
Centro, desassossego sem rimas
Anoitece busco vãos de cura
Deliro borboleto em coma.


Mia Vieira
3 de agosto 2009
Belo Horizonte