segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mariposa de inverno


 
Insisto, inútil resistências
sentir seu perfume
entre jasmins de plástico
no vazo;
qual enfeita a janela
abandonada por mudanças.

Lúdicos cílios de nuvem
conturbavam a visão
cortinas pintadas com corpos azuis
dançavam sem mágica
pelo entardecer.
nenhuma poesia
conseguia me alcançar.

Esvaiu-se o cheiro de rock and roll
dos lençóis baratos.
(...Não há relatos de fim de mundo
maior que o momentâneo).

Era um prédio grande e desbotado
vidros quebrados e silêncio
parte intocada de vida ou verde
por quase todo este sempre.

Sem parar o tempo
este, nunca trouxe;
experiência ou os dias
tão pouco perdidos
a quantas quatro horas a vagar
com os olhos a separação
paredes sujas
segundo infinito.

Não há súbito sou ápices,
taquicardia ou soluços
nenhum sinal de vida
a dor do som havia acabado antes
no instante em que se fechou
a  porta.

O fim nunca importa
quando não começa
o ponto de partida é indiferente
na inexistência
como morrer em segredo
é o inerte sentir.

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